terça-feira, 7 de junho de 2011

Escreveer;

Às vezes escrever é uma forma desesperada de querer falar e não simplesmente de escrever; às vezes escrever é querer sentar junto ao outro em silencio e deixar que o silencio flua, que o olhar diga, que a curiosidade explore aquela outra presença; às vezes escrever ou ler é querer se interagir, é querer amar, é querer tocar, é querer ser desejado por aquilo que é falado, mostrado, exposto dado e parido.
Escrever é parir a si mesmo, dar a luz não é exatamente o significado correto de escrever, mas, parir sim, pois, escrever e parir doem, escrever e parir às vezes é ter que resolver sozinho sua própria vida e a vida de alguém que você nem conhece, mas, sabe que já existe...
Mas, escrever também é prazer, tesão, nirvana, é esquecer de tudo mesmo lembrando, é abdicar da dor, é por o que dói no papel para ali ficar, para mais tarde ser entendido.
Escrever é se entender, é apagar o que sobra, é consertar pelo menos no papel o que parece não ter conserto, é ver saídas, é nos ver nus, sem fantasias mesmo fantasiando, é ser príncipes e princesas, é ter reinos, castelos, cavalos brancos e pretos, é fugir dos dragões da realidade...
Escrever mais uma vez é amar, é se doar nu e cru, sem vestes, sem mentiras, sem medo, escrever é amar, é estar junto mesmo distante por séculos, continentes, vidas, culturas. Escrever é amar, é provocar, é morder, é enviar o dedo na ferida, é curar, é machucar, é ser intenso... é se apaixonar.


P.S.; Bríziaa

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